30 de mai. de 2012

O que são os fibromiomas?



Embora os médicos e outras pessoas se possam referir aos fibromiomas como sendo um tipo de "tumor" (ou através de outros termos médicos como "miomas," "fibromiomas" ou "leiomiomas"), não se deixe assustar por estas palavras. Os fibromiomas quase nunca são cancerosos. Os fibromiomas são, normalmente, tumores benignos (não cancerosos), que crescem no interior do músculo e do tecido conjuntivo do útero. Normalmente desenvolvem-se a partir de uma só célula de músculo liso, que continua a crescer. É possível ter apenas um fibroma ou ter vários fibromiomas ao mesmo tempo; por vezes, os fibromiomas crescem em grupos. Os fibromiomas podem variar consideravelmente de tamanho. Podem ser tão pequenos como uma ervilha, e a maioria mantém-se com pequenas dimensões. Mas também podem crescer e atingir um tamanho razoável, chegando em alguns casos a ser maiores do que uma laranja grande. Na maioria das vezes, os fibromiomas crescem lentamente, mas existem casos em que se desenvolvem mais rapidamente. Normalmente, vão crescendo com o passar do tempo.


Ilustração da anatomia feminina


Descrição do sistema reprodutor


Tipos de fibromiomas



Quem pode desenvolver fibromiomas uterinos?
Os fibromiomas são mais comuns em mulheres em idade fértil, especialmente em mulheres com idades compreendidas entre os 30 e os 40 anos. Os médicos descobrem fibromiomas em até 30 % destas mulheres. Os estudos sugerem que no máximo três em cada quarto mulheres têm fibromiomas, embora estes possam não estar diagnosticados por não causaram sintomas.

Ainda há muito a aprender sobre quais as pessoas que desenvolvem fibromiomas e por que motivo os desenvolvem, mas os investigadores identificaram já vários factores de risco possíveis:

As probabilidades de formação de fibromiomas nas mulheres Afro-Americanas são 3-5 vezes superiores às registadas nas mulheres de raça branca.
As mulheres com excesso de peso para a sua altura (com base no índice de massa corporal ou IMC) também parecem correr um risco ligeiramente mais elevado de desenvolver fibromiomas do que as que apresentam um peso médio para a sua altura.
As mulheres que já deram à luz apresentam um risco menor de desenvolver fibromiomas uterinos.
Alguns estudos sugerem que as mulheres que utilizam contraceptivos orais também apresentam um risco mais baixo.  No entanto, poucos dados conhecidos são conclusivos quanto ao motivo pelo qual se desenvolvem fibromiomas numas mulheres e noutras não.

Surpreendentemente, pouco se sabe acerca do desenvolvimento dos fibromiomas. Algumas das pesquisas efectuadas sugerem que a predisposição para o desenvolvimento de fibromiomas pode ser hereditária. Também parece haver uma ligação entre o crescimento dos fibromiomas e factores hormonais, porque os fibromiomas tendem a desenvolver-se durante a idade reprodutiva, podendo também expandir-se rapidamente durante a gravidez, altura em que os níveis de estrogénios estão mais elevados. Normalmente, os fibromiomas mirram após a menopausa, quando os níveis de estrogénios declinam. O mais provável é os fibromiomas serem o resultado de uma combinação destes e de outros factores ainda por definir. 

Quais são os sintomas dos fibromiomas e que problemas podem causar?

A maioria dos fibromiomas não causa quaisquer sintomas, pelo que nem sequer saberá que eles existem. Dependendo do tamanho, do número e da localização, os fibromiomas podem ser responsáveis por alterações do ciclo menstrual, dores abdominais ou lombares, dor durante o acto sexual, dificuldade em urinar ou micções frequentes, obstipação, aborto, dificuldade em engravidar ou anemia (devido a hemorragia menstrual excessiva). Muitas mulheres consideram que os sintomas são ligeiros e que não é difícil lidar com eles. Outras mulheres, contudo, podem apresentar sintomas mais graves ou problemas associados aos fibromiomas que possam fazer com que valha a pena considerar a hipótese de efectuar um qualquer tipo de tratamento.

O facto de ter fibromiomas significa que não vou conseguir engravidar ou que vou ter dificuldade em engravidar?
Embora seja raro, alguns fibromiomas podem fazer com que seja mais difícil engravidar de forma natural se estiverem a bloquear as trompas de Falópio ou se, de qualquer outra forma, impedirem a implantação de um óvulo fertilizado no útero. Alguns tratamentos de fibromiomas podem afectar também a fertilidade.

No entanto, existem opções de tratamento dos fibromiomas que podem ajudar a proteger a sua capacidade de ter filhos; os avanços registados no tratamento da infertilidade também melhoraram muito as probabilidades de engravidar, mesmo que os fibromiomas o estejam a dificultar.



O tratamento dos fibromiomas que mais se adequa ao seu caso vai depender de muitos factores - dos seus sintomas e do efeito que eles têm na sua vida, do tamanho dos fibromiomas, da sua idade e dos planos que fez para engravidar, assim como das suas expectativas de tratamento.

Se os fibromiomas não causarem sintomas, não é necessário qualquer tratamento, e pode sentir-se confortável com a abordagem "esperar para ver". O prestador de cuidados de saúde que a acompanha irá verificar os fibromiomas durante as consultas de rotina, para ver se eles estão a crescer. Sintomas ocasionais ou ligeiros podem, por vezes, ser tratados de forma simples com analgésicos de venda livre ou receitados.

No caso de sintomas mais graves, dispõe de várias opções cirúrgicas e não cirúrgicas que podem ser consideradas e que são descritas a seguir.

Não cirúrgicas: 

Terapêutica hormonal
 - Uma forma de reduzir os sintomas consiste em tomar um tipo de medicação denominada agonista da Gn-RH (hormona libertadora de gonadotropina). Estas hormonas fazem com que os fibromiomas mirrem, através de um bloqueio da produção de estrogênios. É um tratamento de curto prazo, que normalmente não dura mais de 3-6 meses, voltando os fibromiomas a aparecer depois de o tratamento ser interrompido. Além disso, a terapêutica hormonal pode ter efeitos secundários adversos, incluindo aqueles que estão associados à menopausa induzida, como, por exemplo, afrontamentos, secura vaginal, insonia, irritabilidade e depressão. É por este motivo que, regra geral, estes medicamentos só são utilizados quando uma mulher está perto da menopausa, ou já está na menopausa, ou então com o objectivo de fazer com que os fibromiomas mirrem e diminuir a hemorragia antes da cirurgia. 

Embolização da artéria uterina - Este procedimento é uma das abordagens não cirúrgicas mais recentes para o tratamento dos fibromiomas, mas ainda está numa fase experimental, pelo que os seus resultados a longo prazo são ainda desconhecidos. Durante uma embolização, o médico - normalmente um especialista em radiologia - utiliza imagens radiográficas para orientar um tubo estreito (cateter) ao passar dentro de uma artéria da perna em direção às artérias do útero que transportam o sangue para os fibromiomas. Uma vez posicionado o cateter, o médico introduz partículas minúsculas de plástico dentro da artéria uterina. Formam-se então coágulos em volta das partículas, bloqueando o fluxo de sangue para o fibroma. Sem o aporte de sangue, o fibroma mirra ou desaparece com o passar do tempo.

Cirúrgicas: 
Miomectomia - Uma miomectomia é um procedimento cirúrgico destinado a remover fibromiomas do útero, deixando o útero intacto. É uma boa opção para as mulheres que pretendem preservar a sua fertilidade. Uma miomectomia tradicional é feita através uma incisão aberta, longa, no abdômen. Alguns cirurgiões realizam miomectomias utilizando técnicas menos invasivas, que lhe permitirão curar-se rapidamente e que produzem o mínimo de cicatrização. Entre estas incluem-se a miomectomia laparoscópica (realizada através de pequenas incisões no abdômen) ou a miomectomia histeroscópica (realizada através da vagina e do colo do útero, sem qualquer incisão). Pergunte ao seu médico se estas opções menos invasivas são adequadas ao seu caso. Calcula-se que em 25-50% das mulheres que foram submetidas a miomectomia podem crescer fibromiomas novos. O procedimento também é de execução ligeiramente mais difícil do que a histerectomia e pode causar mais perda de sangue. Outros riscos potenciais incluem infecção, lesões em órgãos vitais e, em casos raros, perfuração do útero. 

As miomectomias também estão associadas a uma taxa elevada de formação de aderências. As aderências são constituídas por tecido cicatricial que se desenvolve internamente no local da cirurgia e pode fazer com que os órgãos internos fiquem ligados uns aos outros; por vezes, podem causar dor pélvica e infertilidade. As técnicas cirúrgicas modernas podem ajudar a reduzir as aderências, e os cirurgiões também podem colocar uma barreira sobre o local, para impedir que os órgãos fiquem unidos. Esta barreira vai-se dissolvendo gradualmente à medida que vai cicatrizando. Antes de fazer uma miomectomia, não se esqueça de falar com o seu médico sobre tudo o que pode ser feito para evitar a formação de aderências.

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