10 de mai. de 2012

ESPERMOGRAMA

Importante: a correta interpretação do espermograma não pode ser feita dissociada da história clínica, do exame físico e de outros exames que se façam necessários. Somente seu médico pode lhe dar um diagnóstico e propor um tratamento.

As informações aqui contidas servem exclusivamente como informação e orientação.


Volume:

O volume considerado normal é acima de 1,5 mL. Não existe um valor máximo para o volume do sêmen.
Valores abaixo de 1,5 mL podem representar fatores obstrutivos, como agenesia de deferentes, agenesia de vesículas seminais, fibrose cística, obstrução pós-cirurgias de próstata (RTU) e obstruções pós-infecções. Podem também mostrar ejaculação retrógrada (para a bexiga) em casos de pacientes com Diabetes, lesão medular ou doenças neurólogicas (ecslerose múltipla, entre outras). Podem também denotar problemas na coleta, como perda de conteúdo, assim como distúrbios hormonais (deficiência de androgênios).
Volume abaixo de 1,5 mL é denominado "hipoespermia".

pH:

O pH do sêmen mede a sua "acidez". Normalmente o sêmen é básico, ou seja, apresenta pH maior do que 7,0 (de 7,2 a 8,0).
Isso é muito importante quando ocorre a deposição do sêmen no fundo da vagina em uma relação sexual.
O pH da vagina é muito ácido (ao redor de 4,0) e ao encontrar este ambiente hostil, o sêmen básico "neutraliza" a acidez da vagina, mantendo os espermatozóides vivos.
Quem produz as substâncias necessárias para manter o sêmen com pH adequado são as vesículas seminais. Quando o pH do sêmen é ácido, devemos desconfiar de problemas com as vesículas, como hipoplasia, agenesia ou obstrução. Geralmente estes problemas estão acompanhados de volume diminuído.
Valores de pH altos são de pouco valor na prática clínica, pois com o tempo o pH aumenta naturalmente e este fato pode indicar um viés de análise do material.

Concentração:

O valor normal é acima de 15 milhões por mL de sêmen.
Valores inferiores a 15 milhões denotam falhas na produção de espermatozóides.
Concentração abaixo de 15 milhões por mL é denominada "oligozoospermia".
Motilidade:

Divide-se em 3:
MP (ou PR) - motilidade progressiva;
NP - motilidade não-progressiva;
IM - imóveis.
A soma de MP + NP, ou seja, a Motilidade Total, deve ser superior a 40%. De maneira análoga, a motilidade progressiva (MP ou PR) deve ser superior a 32%. 
A varicocele pode causar uma alteração de motildade. Além dela, podemos encontrar alterações nestes parâmentros em pacientes tabagistas, obesos, usuários de alguns tipos de medicamentos ou drogas ou com alterações genéticas.
Motilidade progressiva abaixo de 32% é denominada "astenozoospermia".

Vitalidade:

O valor normal é vitalidade acima de 58% de espermatozóides vivos.
Deve ser realizada em todos os exames, mas em especial naqueles casos em que a motilidade progressiva (MP) é menor do que 40%.
Valores menores que 58% indicam problemas na produção de espermatozóides ou no seu transporte.
É importante correlacionar a motilidade com a vitalidade, pois estes critérios estão intimamente relacionados; espermatozóides vivos, porém com baixa motilidade indicam problemas em seu flagelo; espermatozóides mortos e, logicamente imóveis, indicam problemas no epidídimo.
Vitalidade menor que 58% é denominada "necrozoospermia".
Morfologia:

Atualmente devemos nos valer apenas da Morfologia segundo os critérios de Krüger.
Assim, os valores normais são os maiores ou iguais a 4%.
No entanto, valores iguais ou menores do que 3%, denotam morfologia crítica e as chances de uma gravidez natural são praticamente nulas, já que o formato dos espermatozóides é tão alterado que eles não conseguem fertilizar o óvulo por não penetrar na zona pelúcida (camada de células que envolvem o óvulo). Nestes casos o tratamento de escolha é a fertilização in vitro pela técnica de ICSI.
É importante não confundir alterações da morfologia do sêmen com risco de mal-formações nos filhos, pois não existem estudos comprovando esta relação de maneira direta.
Morfologia menor de 4% é denominada "teratozoospermia".

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