13 de mai. de 2011

Ocorrências de Câncer de Mama em Homens no Brasil


O câncer de mama em homens, é uma neoplasia maligna ainda pouco estudada, porém quando diagnosticada causa grande impacto sobre o paciente devido ao preconceito e falta de informação. O câncer de mama atinge 1 homem em cada 100 mulheres, porém a ocorrência desta neoplasia tende a aumentar devido a má qualidade de vida e dificuldade em diagnosticar o tumor na sua fase inicial, que pode ser confundido com outras doenças como a ginecomastia. O tratamento do câncer de mama em homens é semelhante ao das mulheres e de acordo com o estádio da neoplasia podem ser sugeridos a hormonioterapia aditiva, quimioterapia, radioterapia e em último caso a mastectomia, adrenalectomia, hipofisectomia ou castração. Observou-se nos últimos anos que não houve redução nas taxas de mortalidade por câncer de mama masculina no Brasil. A maior ocorrência desta neoplasia foi nos estados do sul do país, destacando-se o Rio Grande do Sul. Dentre os continentes, a Ásia supera os demais enquanto que a América do Sul e Central apresentam os menores índices. O segundo principal tipo de câncer que acomete a população brasileira é o de mama, o primeiro é o câncer de pele não melanoma. A prevenção e o diagnóstico correto e no início do tumor são os melhores aliados do paciente que possui esta neoplasia.


O termo câncer descreve uma classe de doenças caracterizadas pelo crescimento descontrolado de células aberrantes. Os canceres matam pela invasão destrutiva de órgãos normais por extensão direta e disseminação para pontos distantes através do sangue, da linfa ou das superfícies serosas. Todos os canceres invadem ou metastatizam, mas cada tipo específico tem características biológicas e clínicas singulares que precisam ser avaliadas para o apropriado diagnóstico, tratamento e estudo.
O câncer de mama (neoplasia maligna) é originado a partir do crescimento desorganizado de células das glândulas mamarias. No entanto existem tumores benignos e malignos sendo chamado de câncer somente os malignos. Os benignos são muito freqüente na mama, sendo o mais comum o fibroadenoma. Já no caso de câncer, há alguns tipos diferentes, mas todos devem ser diagnosticados precocemente para que a cura seja possível. A precocidade no diagnóstico é importante para evitar o crescimento local acentuado (nesse estágio é necessário a retirada da mama afetada) e que algumas destas células malignas se desgarrarem do tumor, entrando na corrente sangüínea ou linfática, originando metástases em outras partes do corpo.
O câncer na mama masculina responde por aproximadamente um em cada cem casos de câncer da mama feminina. Como nas mulheres, o subtipo muito mais comum é a variedade ductal infiltrativa. Embora o homem normal não tenha o desenvolvimento da unidade lobular do ducto terminal, raramente se observa o tipo lobular de carcinoma em homens. Admite-se comumente que a ginecomastia (aumento da mama masculina) não é um fator predisponente para o aparecimento do carcinoma. Não existe uma experiência adequada para sugerir que ocorram lesões hiperplásicas epiteliais atípicas ou que elas sejam precursoras do câncer em homens.
Por causa da escassa quantidade de substância mamaria no homem, a malignidade infiltra prontamente e adere à pele suprajacente e à parede torácica subjacente. A ulceração através da pele é talvez mais comum que na mulher. Esses tumores comportam-se exatamente como os carcinomas ductais invasivos na mulher, porém, como um todo, tendem a exibir uma desmoplasia (formação de estroma rico em colágeno) menos impressionante e, consequentemente, são de qualidade menos dura e cirrosa. Alguns assemelham-se ao carcinoma lobular infiltrante. A disseminação segue o mesmo padrão observado nas mulheres e o acometimento dos gânglios linfáticos axilares está presente em cerca de metade dos casos por ocasião da descoberta da lesão. São comuns as metástases distantes para os pulmões, o cérebro, os ossos e o fígado.
A prevenção e o diagnóstico da doença de mama inicia-se com a anamnese completa. Entretanto, é importante lembrar que o diagnóstico de câncer de mama não pode ser excluído por qualquer achado isolado na história do paciente. As formas mais eficazes para detecção precoce do câncer de mama são o auto-exame das mamas, o exame clínico e a mamografia. A mamografia é um método de estudo excelente e indispensável. Embora a imagem radiológica do câncer de mama no homem seja diferente da que se observa na mulher, existem muitos aspectos característicos. Os canceres pequenos mostram um nódulo de difícil distinção daquele apresentado pelas ginecomastias nodulares, se não fosse pela presença de demais sinais radiológicos concomitantes. Destes, o mais constante, por sua proximidade - o câncer é praticamente sempre retroareolar - é o edema da pele areolar, mais nítido e evidente que na clínica. Foi observado na radiologia do câncer masculino sinais típicos de malignidade, tais como de hiperdensidade com bordas espiculadas, que não costumas ser tão evidentes como na maioria das neoplasias femininas. Além disso, a mamografia bilateral pode evidenciar uma ginecomastia contralateral. A Termografia (técnica que estende a visão humana através do espectro infravermelho, o infravermelho é uma freqüência eletromagnética naturalmente emitida por qualquer corpo, com intensidade proporcional a sua temperatura, são portanto emissores de infravermelho, em irradiações visuais, através de uma tela de TV, produzindo imagens térmicas chamadas de termogramas, que, em resumo, permitem a visualização da distribuição de calor na região focalizada) é um exame que mostra gradientes de maior temperatura em relação ao lado oposto e de maior intensidade que as ginecomastias. A ecografia (exame onde as imagens são produzidas através da passagem do som pelos tecidos) permite reconhecer as características acústicas da massa palpável, estudar o comportamento dos ecos e separá-los do tecido glandular adjacente.
O diagnóstico do câncer de mama masculina parece ser fácil, pois os pacientes apresentam um nódulo duro, aderente à pele, com fenômenos de retração e adenopatia axilar. Quando o exame ocorre precocemente, o que mais se destaca, além do tumor com suas características, é a aderência à pele, quase sempre presente. Não se deve confundir com aderência à pele, a relação íntima que muitas ginecomastias têm com a mamila, especialmente se são nodulares, pois as triangulares não se confundem clinicamente com o câncer. Mais difícil é distinguir as características físicas de algumas neoplasias da necrose gordurosa. De um modo geral, o antecedente traumático e a ausência de adenopatia contribuem para a diferenciação das lesões. Paralelamente, a mamografia e a termografia também colaboram eficazmente no diagnóstico diferencial.
O tratamento primário do câncer de mama no homem, assim como na mulher, depende do estádio em que o paciente se encontra. A preservação da mama é o tratamento adequado na doença nos estádios I e II desde que não haja carcinoma intraductal in situ extenso, se não para o estádio I, a primeira etapa e mais comum é a biópsia excisional da mama primitiva, e depois do diagnóstico do câncer o tratamento consiste na mastectomia radical modificada, com conservação do músculo grande peitoral e com dissecção dos linfonodos axilares. O homem não escapa à conduta atual de quimioterapia coadjuvante. Na ausência de metástase axilar, tendo em vista ser o câncer masculino sempre subareolar, torna-se necessária a biopsia de cadeia mamária interna. Constatada a negatividade desta área linfática, prescinde-se da terapêutica complementar.
Para as neoplasias em estádio II, pode-se executar a mesma operação preconizada para o estádio I, ou então a mastectomia radical clássica. O tratamento de ser complementado com quimioterapia adjuvante ou radioterapia pós-operatória. O fato da mama masculina ser reduzida implica na freqüente necessidade de enxerto de pele para fechamento da ferida operatória, em proporção muito maior do que nas mulheres. No estádio III, de mau prognóstico, é imperativo um tratamento sistêmico, quimioterápico, com apoio de medidas loco-regionais como a radioterapia. Excepcionalmente apela-se para a cirurgia. 
Mesmo com a existência de um grande número de programas de controle do câncer de mama, associados a uma tecnologia eficaz na prevenção e na detecção deste, não tem sido registrado nos últimos anos uma queda na incidência e no número de óbitos por esta patologia.
A falta de conscientização e preconceito por parte dos homens, da importância da realização dos exames para detecção do câncer de mama, tem sido considerada uma das principais causas da ocorrência de óbitos por esta neoplasia. A busca do diagnóstico do câncer de mama em fases iniciais juntamente à incorporação e adoção de condutas terapêuticas sempre atualizadas, poderá acelerar o passo no Brasil no sentido de aumentar e melhorar a sobrevida dos homens com câncer de mama.

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