24 de mai. de 2011

Entenda!!


A VAGINA NÃO É SECA
A vagina não é seca, ao contrário do que muitas mulheres imaginam e algumas prefeririam. Tampouco é um recipiente passivo, um simples canal de passagem de espermatozóides como se pensou durante os séculos. Ela é banhada pelo muco cervical, como se chama a secreção que a protege de agentes invasores e, conforme vem sendo descoberto, a faz funcionar também como um verdadeiro órgão seletivo em relação aos pretendentes de nosso solitário óvulo, os espermatozóides. Ao menos é esta a teoria exposta no livro citado, sobre a História da V, da escritora inglesa Catherine Blackledge.
A escritora nos lembra de como o ambiente vaginal é repleto e transbordante de vida graças ao muco cervical, verdadeira sopa biológica que alimenta uma variedade de organismos benéficos ao ambiente como os bacilos de Doderlein, do qual já tratamos neste especial, na matéria sobre o PH Vaginal.
A secreção vaginal normal ou muco é composto de substâncias semelhantes às do soro sanguíneo: água, albumina (uma proteína abundante no corpo) e células brancas de origem sanguínea além de mucina. Ela é translúcida e limpíssima, pois não transporta subprodutos de excreção tóxica, como a urina ou as fezes. Apesar de sua importância e pureza, em muitas culturas o muco é mal visto e erroneamente considerado como um corrimento. Em alguns países da África como o Zimbábue, informa o livro a História da V, a vagina seca é valorizada pelos homens e as mulheres usam preparações à base de sais e ervas na tentativa de torná-la seca. Um estudo sobre esse tipo de prática vaginal, feito no país, revelou que mais de 85% das mulheres teriam usado ao menos uma vez os sais desidratantes. O resultado não pode ser mais nefasto para a saúde genital feminina, conforme descreve Blackledge, em seu livro: "O sexo seco, que os homens de algumas regiões da África adoram, leva inevitavelmente a abrasões e rachaduras das paredes vaginais, o que deixa as mulheres em risco de infecções."
ESTUDO COMPARATIVO
Fonte da excitação que molha, nos lubrifica e nos leva a usufruir o sexo com mais prazer do que riscos o muco é uma espécie de coquetel de secreções que tem origem em várias fontes. Encontram-se nele as secreções das glândulas de Bartolini, localizadas na entrada da vagina, assim como o produto das glândulas de Skene, hoje identificadas como glândula prostática da mulher, e conhecida popularmente como ponto G. Ainda contribuem para o muco os fluidos da lubrificação vaginal e da descamação natural das células que revestem as paredes interiores vaginais e, por fim, o sumo que escorre ao sabor dos ciclos hormonais das trompas de falópio e do cérvix -- como se chama a entrada do útero.
O muco cervical desce num fluxo colunar, misturando-se ainda às secreções uterinas e endometriais, das glândulas sudoríparas e sebáceas. Estas últimas, produtoras de óleos e situadas na pele lisa e brilhante dos pequenos lábios e entre os lábios, foram recém-descobertas pela pesquisa e ainda são pouco conhecidas, nos conta a autora da História da V. Não perca a próxima atualização do Especial Vagina, sobre a participação do muco na reprodução. Ele tem um papel importante na seleção dos espermatozóides, os pretendentes do nosso óvulo solitário.

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